Oferendas na Umbanda!
26 de junho de 2017 06:54 / Deixe um comentário
Muitas pessoas (principalmente sacerdotes), dizem que os espíritos e os Orixás comem as oferendas. Isso nada mais é do que uma forma de falar, uma gíria, digamos assim, pois os espíritos não sentem fome, pois não possuem mais corpo material. Tudo no universo precisa de equilíbrio para existir, esse equilíbrio se faz com a existência de duas partes em algo, uma parte positiva e outra negativa, pois nada é totalmente ruim e nem totalmente bom. Os alimentos, como tudo que possui vida no universo, são feitos de energias, algumas delas conhecidas pelos espíritos encarnados e outras não.
Por isso, são feitas as oferendas, para que a entidade que as estiver recebendo as absorvam através da deterioração do alimento e, não pela ingestão como alguns pouco esclarecidos pensam. Essas oferendas são usadas para o alívio e cura das pessoas, sendo que para o mal, é usada a mesma fórmula, só que se absorve a energia negativa neste caso.
Todos os seres vivos que habitam o universo, possuem uma energia vital, que muitos a chamam de aura. Essa energia, quando afetada, pode trazer diversos males ao corpo físico, pois a mesma pode ser enfraquecida ou até mesmo carregada de energias negativas, podendo causar até a morte da pessoa doente, pois, tratamentos médicos para males do espírito são completamente inúteis, pois se não for feito um tratamento espiritual adequado imediato, como dito anteriormente, pode haver a desencarnação do doente. As oferendas feitas às entidades têm o propósito de fazer com que as mesmas renovem a aura do doente, restabelecendo assim, a sua saúde física, mental e espiritual. As oferendas normalmente são compostas de frutas de todas as qualidades, legumes, vegetais, doces, flores em quantidade e velas de todas as cores.
OXALÁ: canjica branca cozida em água e coberta com mel deve ser servida em vasilha de louça branca.
Velas brancas.
OXUM: Pêssego coberto com açúcar cristal- deve ser servido em vasilha de louça branca, velas azuis claras. 7 velas brancas e 7 azuis claro, água mineral canjica branca, fitas azuis clara e branca.
IANSÃ: água mineral, acarajé ou milho em espiga coberto com mel ou ainda canjica amarela, fitas branca e amarelo escuro e flores. Velas: 7 velas brancas e 7 amarelo escuro.
NANÃ: purê de batata doce com mel (ALGUIDAR). Vela roxa.
IEMANJÁ: Arroz cozido em água sem tempero ou manjar branco servido em vasilha de louça branca. Vela branca ou azul.
XANGÔ: quiabo com azeite doce (GAMELA), ou inhame cozido na água sem tempero e regado com dendê e mel. Vela marrom.
OXOSSI: frutas diversas, vinho tinto ou cerveja preta (ALGUIDAR). Comida: jiló, quiabo, mandioca e demais legumes e verduras cozidas.
Vela verde.
OGUM: Servir feijão preto cozido em água sem tempero, cerveja branca. Velas: vela vermelha ou vela vermelha e branca.
OMULU/OBALUAÊ: pipoca estourada em areia de praia, ou no azeite de dendê – deve ser servida em vasilha de barro (alguidar).
Vela preta/branca.
OFERENDAS ÀS ENTIDADES: pode variar muito de entidade para entidade. Somente os Chefes de seu Terreiro que cuidam de seu desenvolvimento é que podem lhe indicar qual as oferendas a fazer.
Oferenda para a corrente dos Caboclo em meu Terreiro, Dezembro 2014.
- AOS CABOCLOS: em seu ponto de força que são as MATAS:frutas diversas, flores do mato, charuto, água de mina, velas, milho cozido, vinho branco em coité….
- AOS PRETOS VELHOS: fumo, rosas brancas, farinha com mel, canjica, bolo, fubá, café com mel, feijoada ou tutu de feijão ou cuscuz acompanhado de café amargo ou vinho…. Vela: branca/preta.
Local da oferta: cemitérios, cruzeiros, tronco de arvore grande. - AS CRIANÇAS: seus campos de força são: JARDIM, BEIRA-MAR e CACHOEIRA: doces, balas, maria-mole, bolo recheado, chocolate, guaraná, farinha de mandioca com açúcar, bolo de aniversário, pirulitos e doces em geral, vela cor de rosa.
Obs.: pipoca não é oferenda de criança. - AOS BOIADEIROS: seu ponto de força é a estrada de terra em porteiras: charuto ou cigarro de palha, café sem açúcar, farofa de boiadeiro (feita com miúdo de boi), vinho…
- AOS BAIANOS: seu ponto de força é no MAR: água de côco, farofa com dendê, cigarros de palha…
- AOS COMPADRES: nas encruzas, campo santo: farofa (com pimenta vermelha e azeite de dendê), pimenta vermelha, charuto, wisky, ….NÃO há sacrifícios de animais na umbanda que pratico.
- AS COMADRES: encruza ( NUNCA urbanas), campo santo: rosas vermelhas, cigarro fino ou cigarrete, champanhe, Martini, farofa com pimenta, etc.
Obs.: aos médiuns incluindo em desenvolvimento: somente OS CHEFES DO TERREIRO, podem passar obrigações em matas, cemitérios, encruzas ou qualquer outro ponto de força.
GIRAS: ATENDIMENTO PÚBLICO!
19 de junho de 2017 07:49 / Deixe um comentário
ASSISTÊNCIA: é o nome dado para os trabalhos de atendimento ao público em geral.
Podeis descrever-nos, sob o ponto de vista do Plano Astral, a movimentação invisível aos nossos olhos carnais que ocorre nessas giras de caridade praticadas nas casas de Umbanda?
Toda casa de Umbanda que é séria e faz a caridade gratuitae desinteressada é um grande hospital das almas, tendo o apoio de falanges espirituais do Astral Superior. Essas giras de caridade são grandes pronto-socorros espirituais, onde não se escolhe o tipo de atendimento, estabelecendo enormes demandas no Além. Os consulentes que procuram os pretos velhos e caboclos para a palavra amiga e o passe avançam trazendo os mais diversos tipos de problemas: doenças, dores, sofrimentos, obsessões, desesperos etc. Processa-se a caridade sem alarde, pura, assim como o Cristo-Jesus procedia, atendendo a todos que o procuravam.
É indispensável um ambiente harmonioso e de energias positivas no grupo de médiuns que formarão a corrente vibratória. Para se conseguir as vibrações elevadas, são cantados pontos, que são verdadeiros mantras, faz-se a defumação com ervas de limpeza físico-etérea e espargem-se essências aromáticas que auxiliam a elevar as vibrações.
No Plano Astral, estabelece-se um campo vibratório deproteção espiritual. A vários quarteirões em volta do local da gira ou templo, os caboclos e guardiões já se colocam com seus arcos e flechas com dardos paralisantes e soníferos. Bandos de desocupados e malfeitores tentam passar por esse cordão de isolamento, mas são repelidos com espécie de choque por uma imperceptível malha magnética. Outros espíritos que acompanham os consulentes não são barrados e, ao adentrar a casa, são colocadas em local apropriado de espera e várias entidades auxiliares lhes prestam socorro e preparação inicial. Por isso os consulentes sentem muita paz quando entram na casa e aguardam seu momento de consulta.
No ato da consulta, o Guia ou Protetor está trabalhando junto ao ‘aparelho’, ou ‘cavalo’ e dirige os trabalhos, tendo vários auxiliares invisíveis que ainda não “incorporam”. Havendo necessidade, é dada passagem para as entidades obsessoras ou sofredoras que estão acompanhando os consulentes. Manipulam com grande destreza o ectoplasma do médium, que é “macerado” com princípios ativos eterizados de ervas e plantas, fitoterápicos astralizados usados para a cura. Os Espíritos da Natureza trabalham ativamente buscando esses medicamentos naturais nos sítios vibratórios que lhes são afins, bem como buscam, para a manipulação perfeita do caboclo ou preto velho, as energias ou elementais do fogo, ar, terra e água, e que sempre estão em semelhança vibratória com os consulentes, refazendo as carências energéticas localizadas. É a magia dos quatro elementos utilizada para amenizar os sofrimentos dos homens.
Nos casos em que se requer atendimento à distância, nas casas dos consulentes, ficam programados trabalhos para a mesma noite ou noites posteriores, dependendo da urgência. Há intensa movimentação, e praticamente nunca descansamos. Numa casa grande, bem estruturada, chegamos a atender 500 a 600 consulentes, sendo que a população de espíritos desencarnados socorridos numa gira com essa demanda pode chegar a 4.000. Os chefes de falanges “anotam” todos os serviços que serão realizados durante e após a gira, pois as remoções e socorros continuam ininterruptamente, sendo o dia de caridade pública aos encarnados o cume da grande montanha que se chama caridade.
O que os umbandistas chamam de “gira da caridade”, seja de caboclos ou pretos velhos, parece-nos algo indisciplinado, uma algazarra. Cada entidade “incorporada” ou cada médium trabalhando a seu modo, não existindo uma padronização no tipo de atendimento ou consulta. O que tendes a dizer a respeito?
Não é nenhum tipo de padronização que garantirá a curativa assistência espiritual aos consulentes. Gestos diferentes, um tipo de benzedura aqui, um passe localizado ali, uma maceração de erva lá, um assobio ou sopro acolá, todos são recursos de curautilizados. Ao contrário das impressões deixadas nos apressados olhos humanos, a disciplina é enorme e rígida, existindo forte amparo astral hierarquizado nas casas sérias e moralizadas, embora cada entidade tenha a sua liberdade de manifestação na prática que lhe é mais peculiar. E, nessa aparente algazarra e burburinho, vão os homens se modificando para melhor e todos continuam evoluindo juntos, tanto na carne como no Plano Astral.
Poderíeis dar-nos maiores esclarecimentos sobre esses atendimentos à distância nas casas dos consulentes? Quais são os tipos de serviços “anotados” pelos chefes de falanges e o que ocorre nessas remoções socorristas?
Esses atendimentos são em geral de remoção de comunidades de espíritos sofredores que ficam habitando junto à casa do filho doente e que procurou auxílio espiritual. Os chefes de falanges organizam os socorros que serão realizados em espécie de ronda que vão dirigir. Como são espíritos experientes nessas lides, já sabem antecipadamente os imprevistos com que se depararão: vampiros, torturadores de aluguel, irmãos com aparências animalescas, resíduos e fluidos pútridos, drogados e viciados em sexo, enfim, verdadeiras comunidades sofredoras e maldosas habitando a mesma área etérea. Os caciques vão à frente liderando os comandados. É montada rede magnética de detenção à volta do local a ser higienizado. As falanges de apoio ficam em guarda em torno do local alvejado, e esse bolsão de miséria é removido para localidades hospitalares do Astral que comportam a densidade espiritual de cada envolvido, onde os socorristas aguardam para o atendimento de urgência de todos esses filhos.
(Livro SAMADHI, espírito Ramatis)
…”não deveis relegar a um plano secundário o dever de dispensardes uma assistência ativa aos espíritos “vivos”, que surgem no vosso caminho, dominados por distúrbios psíquicos que os transformam em vagabundos, alcoólatras, boêmios, prostitutas, doidos e aleijados que suplicam a vossa ajuda”.
Os delinquentes, por mais criminosos que tenham sido, não podem ficar enjeitados do vosso auxílio e caridade, pois os vossos guias e protetores espirituais também vos toleram e amam apesar dos desatinos e dos pecados que cometestes em existências anteriores e também na que viveis atualmente.
(Livro: Elucidações do Além, cap. 6, Ramatis).
Velas na Umbanda!
12 de junho de 2017 05:13 / Deixe um comentário
Desde os tempos mais remotos na história das religiões as velas sempre foram utilizadas.
Dentro da Umbanda, por ser uma religião de cunho magístico, onde a vela tem relação direta com a luz, seu uso é indispensável, em todos os rituais.
O ato de acender uma vela reúne em si duas ações, a demonstração da fé e o desejo de ligação mais íntima com o mundo espiritual. É o momento em que se faz uma ponte mental entre o seu consciente e o pedido ou agradecimento que está sendo feito à determinada entidade, ser de luz ou Orixá, com a qual estiver sintonizado.
Ao acendermos velas para nossos guias devemos sempre fazê-lo em total concentração, mentalizando sempre seus pontos de força na natureza, mantendo nosso pensamento firmemente direcionado para o que se deseja alcançar, lembrando que jamais devemos evocar a força de nossas entidades para fazer mal, pois, nesse momento a energia emitida pela mente do médium, irá englobar a energia do fogo e juntas viajarão pelo espaço para levar aos guias a razão pela qual está sendo feita a queima.
As entidades e as cores das velas: essas cores podem varias de um terreiro para outro, pois os fundamentos dos orixás são mistérios complexos.
1 – Falangeiros de Oxum – velas azuis claro.
2 – Falangeiros de Oxossi – velas verdes.
3 – Falangeiros de Ogum – vela vermelha ou vermelha e brancas.
4 – Falangeiros de Xangô – velas marrons.
5 – Falangeiros de Iemanjá – velas brancas e azuis
6 – Falangeiros de Iansã – velas amarelas.
7 – Falangeiros de Nana – velas lilás.
8 – Falangeiros de Ibeji – velas rosas e azuis claro.
9 – Falangeiros de Omulú/Obaluaê – velas preto e branco.
10 –Povo Cigano – velas de todas as cores (menos preto).
CORES: cada orixá tem sua cor. Porém, a vela branca como reflete as sete cores, pode ser utilizada para TODO E QUALQUER Orixá.
OS FUNDAMENTOS DO CONGÁ: O ALTAR DO UMBANDISTA
5 de junho de 2017 07:53 / Deixe um comentário
O congá é o mais potente aglutinador de forças dentro do terreiro: é atrator, condensador, escoador, expansor, transformador e alimentador dos mais diferentes tipos de energias e magnetismo. Existe um processo de constante renovação de axé que emana do congá, comonúcleo centralizador de todo o trabalho na umbanda.
Cada vez que um consulente chega à sua frente e vibra em fé, amor, gratidão e confiança, renovam-se naturalmente os planos espiritual e físico, numa junção que sustenta toda a consagração dos orixás na Terra, na área física do templo. Vejamos cada um deles:
– Atrator: atrai os pensamentos que estão à sua volta num amplo magnetismo de recepção das ondas mentais emitidas. Quanto mais as imagens e elementos dispostos no altar forem harmoniosos com o orixá regente do terreiro, mais é intensa essa atração. Congá com excessos de objetos dispersos suas forças.
– Condensador: condensa as ondas mentais que se “amontoam” ao seu redor, decorrentes da emanação psíquica dos presentes: palestras, adoração, consultas etc.
– Escoador: se o consulente ainda tiver formas-pensamentos negativas, ao chegar à frente do congá, elas serão descarregadas para a terra, passando por ele (o congá) em potente influxo, como se fosse um para-raios.
– Expansor: expande as ondas mentais positivas dos presentes; associadas aos pensamentos dos guias que as potencializam, são devolvidas para toda a assistência num processo de fluxo e refluxo constante.
– Transformador: funciona como uma verdadeira usina de reciclagem de lixo astral, devolvendo-o para a terra;
– Alimentador: é o sustentador vibratório de todo o trabalho mediúnico, pois junto dele fixam-se no Astral os mentores dos trabalhos que não incorporam.
Todo o trabalho na umbanda gira em torno do congá. A manutenção da disciplina, do silêncio, do respeito, da hierarquia, do combate à fofoca e aos melindres, deve ser uma constante dos zeladores (dirigentes). Nada adianta um congá todo enfeitado, com excelentes materiais, se a harmonia do corpo mediúnico estiver destroçada; é como tocar um violão com as cordas arrebentadas.
Caridade sem disciplina é perda de tempo. Por isso, para a manutenção da força e do axé de um congá, devemos sempre ter em mente que ninguém é tão forte como todos juntos.
MÉDIUNS: AO ENTRAR e SAIR do terreiro deve-se bater a cabeça no Congá (3X) saudando Zambi, Oxalá e todos os Orixás e entidades da umbanda, pedindo licença e proteção.
(LIVRO: UMBANDA PÉ NO CHÃO, Ramatis, Norberto Peixoto)